Por Ethevaldo SiqueiraSempre quis conhecer a casa de Bill Gates. É claro que ela nunca esteve aberta ao público.
Muito menos a jornalistas. Mesmo assim, as descobri praticamente tudo que ela tem de high-tech, depois de conhecer uma réplica de seus ambientes futuristas, na Microsoft Home, a casa-laboratório, a poucos quilômetros dali, na sede da empresa.
Foi em 2004, quando pude saber um pouco mais sobre essa casa, ao visitar o showroom da Microsoft, em Redmond, Estado de Washington, onde a casa digital é uma réplica da residência de Bill Gates. Ali, as máquinas entendem e obedecem à voz do dono.
Mesmo longe da casa de Bill Gates, pude avistar a incrível mansão de 6 mil metros quadrados, localizada num imenso bosque, entre Seattle e Redmond, situada às margens do lago Washington. Para muitos, é uma casa futurista. Para outros, ela é, simplesmente, uma casa digital, que antecipa e incorpora as tendências da tecnologia nessa área.
Seja bem-vindo
Logo na entrada, um painel com os meios de identificação biométrica do visitante, que utilizaremos na próxima década: leitor de íris, monitor sensível ao toque dos dedos, decodificador de impressões digitais e o mais sofisticado desses recursos, o sistema de reconhecimento de fisionomia. Um sistema de TV, embutido na parede, quase invisível, com câmera e microfones, possibilita o diálogo e a identificação do visitante.
Nesta casa, você pode falar com as paredes, com as máquinas, com a geladeira, com o fogão, com as portas e janelas. Aqui, tudo se comunica: computador, TV, telões, câmeras digitais ou tablets.
As lâmpadas de LED (diodos emissores de luz ou light emitting diodes) e comandadas por sensores, só permanecem acesas enquanto há pessoas no ambiente.
Esculturas virtuais, holográficas, se unem a projeções de quadros célebres, formando uma espécie de galeria de arte multimídia. Nesta casa, a tecnologia do futuro já assegura comunicação, entretenimento, segurança, racionalização do consumo de energia, controle da temperatura, identificação do visitante e liberação de serviços aos moradores.
Meu anfitrião nessa visita, Jonathan Cluts, diretor da divisão Microsoft Home, mostra a nova porta sem nenhuma fechadura ou trinco metálico aparente, controlada eletronicamente. Tudo na casa se conecta e tem seu comando central numa plataforma Windows, com rede híbrida, isto é, associando uma infra-estrutura de cabo com redes sem fio (Wi-Fi e Bluetooth).
Além da computação embutida que controla as principais funções gerais da casa – tais como comunicação, segurança e monitoramento de energia e temperatura – há computadores espalhados em toda a casa, no quarto dos meninos, no escritório, na cozinha e na sala de lazer.
Em cada cômodo há câmeras e microfones, embora a privacidade possa ser sempre garantida por quem está no aposento. Para acionar ou controlar cada equipamento ou sistema, basta falar, dando-lhe a ordem. Por ser mais fácil de usar, o comando de voz é o sistema de controle mais adotado, embora não seja o único na casa da Microsoft.
No passado, a casa digital tinha o nome mais comum de casa do futuro. Com isso, nunca chegaríamos a essa casa, porque ela sempre estaria por chegar. Para falarmos de uma tendência e de uma realidade mais concreta, preferimos, assim, discutir a evolução da casa digital, nos próximos 10 a 15 anos.
A casa digital em 2025
Como será a casa digital daqui a pouco mais de uma década? O que descrevemos neste artigo talvez possa fazer parte do cotidiano da classe média naquele ano, incorporando todos os recursos e avanços possíveis da eletrônica, da computação, das telecomunicações, da internet, dos sensores e uma rede híbrida, isto é, que associa cabos a comunicação sem fio redes com fio e sem fio, via ondas de rádio.
No conceito moderno de casa digital, todas as tecnologias visam assegurar aos moradores o máximo em comunicação, entretenimento, segurança, racionalização do consumo de energia, controle da temperatura, identificação de visitantes e liberação de serviços aos moradores. Uma das redes sem fio mais avançadas para o futuro será, sem dúvida, a rede UWB, (Ultrawide Band), que assegura comunicação interna acima de 100 ou 200 Megabits por segundo.
Uma das tendências básicas é usar um computador ou servidor central doméstico, para exercer o controle das funções essenciais de comunicação, de segurança, de conforto da residência.
Esse servidor central controla praticamente tudo na casa digital: temperatura, segurança das portas, reconhecimento de visitantes, iluminação, racionalização do consumo de energia, acesso à internet e outras funções.
Nessa casa digital, uma rede híbrida, formada por cabos e sinais de rádio, integra telefone, TV, computadores, telões, câmeras digitais e tablets. E permite a comunicação interativa em qualquer ponto da residência.
Tantas novas tecnologias não irão encarecer ou elevar demais o investimento nessa casa digital?
Não necessariamente. É claro que falamos aqui no padrão de uma casa digital para a classe média e não de mansões ultra sofisticadas.
A simples utilização de lâmpadas de LED, por exemplo. reduzirá o consumo de energia em 90% em comparação com as lâmpadas incandescentes. A energia solar e a iluminação natural serão alternativas avançadas e econômicas. Assim, o uso de painéis de energia solar reduzirá sensivelmente os gastos com eletricidade.
E vale a pena lembrar, também, que a casa digital pode ser montada passo a passo, progressivamente. A rigor, vamos implantando as inovações em função de nossos recursos. Da mesma forma que montamos nossa residência até hoje, passo a passo.
23/04/2013 - A Universidade de São Paulo (USP) anunciou hoje a criação de um Laboratório de Inovação e Empreendedorismo. Trata-se de uma parceria entre a Escola Politécnica da USP e a Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE).
Uma das inspirações do projeto foi o laboratório de inovação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês). As obras devem começar ainda este ano.
Com orçamento de R$ 20 milhões, o laboratório terá capacidade para 750 pessoas. Seu projeto arquitetônico foi assinado por Ruy Ohtake.