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Por Ethevaldo Siqueira
As transformações trazidas na vida das cidades pela pandemia da Covid-19 foram muitas. Para os especialistas, as cidades viveram 30 anos nos últimos oito meses e ainda não podemos avaliar seu impacto e extensão.
Mas é certo que o fenômeno da “perda do território” veio para ficar. Ou seja, não importa mais onde a gente esteja para que as relações pessoais, de estudo e de trabalho aconteçam.
A abordagem foi feita por Caio Esteves, arquiteto e CEO da Places 4Us, ao participar do evento Smart City Session, promovido pelo iCities e Fira Barcelona, que reuniu mais de 100 palestrantes de 10 países na semana passada.
Para Esteves, “a pandemia mostrou que a questão de território tem que ser revista urgentemente. E exemplificou: O fato de eu estar em São Paulo ou em Nova York não significa muita coisa porque a tecnologia pode prover acesso a serviços e produtos. Estamos perdendo a relação funcional com a cidade e passamos a ter uma relação mais emocional”, disse.
Na visão dos especialistas, a transformação não é apenas inevitável, mas, também, necessária. “A maioria das cidades e dos gestores que enfraqueceram nos últimos anos não falharam apenas por fazer as coisas de forma errada, mas sobretudo por fazerem a mesma coisa certa por muito tempo. Temos que mudar a lógica dominante do fazer certo para a de fazer melhor”, acrescenta.
Esteves debateu o papel das cidades inteligentes em um mundo que é volátil, incerto, complexo e ambíguo – que produz a sigla VUCA, com Marcos Antonio Batista, fundador da Academia Exponencial; Igor Barros Cordeiro, chefe de gabinete da Câmara de Vereadores de Curitiba; e Caroline de Moraes Souza, coach de Vida.
O que cresce em importância é a construção de cidades como lugar de encontro, mais preparadas para as pessoas. A pandemia também traz de volta a preocupação com a biossegurança, esquecida desde o século 19. “Temos que criar lugares seguros do ponto de vista da saúde.”
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